Portos do Paraná alcançam 70 milhões de toneladas em 2025, previsão de até 72–73 mi até 31/12, novo calado, Moegão e leilões impulsionam exportações
Portos do Paraná batem recorde histórico em 2025, superando 70 milhões de toneladas. Saiba como calado, Moegão e leilões impulsionam exportações.
A Portos do Paraná atingiu a marca de 70 milhões de toneladas movimentadas entre janeiro e parte de dezembro de 2025, um recorde histórico para a empresa pública. Segundo os dados oficiais, esse volume é 5% maior do que o registrado no ano anterior, e a expectativa é fechar o ano entre 72 e 73 milhões de toneladas até 31 de dezembro.
O desempenho supera em muitos anos o planejamento técnico, que previa a movimentação de 70 milhões de toneladas somente a partir de 2035. Para o governador, a marca comprova a eficiência e a capacidade de expansão da infraestrutura portuária paranaense. Em suas palavras, “Os portos do Paraná alcançaram novamente uma marca histórica e muito antes do previsto. O Porto de Paranaguá é o mais eficiente do Brasil. Estamos trabalhando com novos investimentos para garantir essa expansão contínua nos próximos anos para garantir fluxo internacional para as empresas e indústrias paranaenses”, afirma o governado Carlos Massa Ratinho Junior.
Dados e recordes Portos do Paraná
O aumento da movimentação de cargas nos portos paranaenses entre os anos de 2018 e 2025 é de 32%. Quando o assunto é exportação, o Porto de Paranaguá se destaca como um dos mais importantes do mundo no embarque de grãos e farelos, além de ser o maior corredor mundial de exportação de carne de frango congelada, por onde saem mais de 48% de toda a produção nacional destinada ao mercado externo.
Entre os portos brasileiros, Paranaguá é o maior exportador de carnes, incluindo frango, bovino e suíno, sendo responsável por cerca de 40% de toda a exportação nacional. O porto também é o principal canal de embarque de óleo de soja e tem o segundo maior fluxo de carregamento de soja e farelo de soja do país. Em 2025, a recepção de fertilizantes em Paranaguá e Antonina superou 11 milhões de toneladas.
O diretor-presidente da Portos do Paraná destacou o salto operacional da última década e a antecipação de metas. Conforme declarado, “Em 2019, quando dissemos que iríamos alcançar as 60 milhões de toneladas, houve dúvida por parte de muitos, que afirmavam que não seria possível. Em cinco anos, superamos a meta e chegamos a 66,7 milhões de toneladas. Agora, ultrapassamos a marca de 70 milhões, provando que, com o uso de inteligência logística, investimentos e muito trabalho de toda a equipe da Portos do Paraná, além da participação ativa da comunidade portuária, quebrar barreiras e antecipar o futuro é possível”, acrescenta o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Calado, canal de acesso e impacto na capacidade
Um motor importante desse crescimento foi o aumento do calado operacional nos berços de granéis sólidos, que passou de 13,1 metros para 13,3 metros. A ampliação, confirmada em setembro, permitiu um crescimento médio de até 1,5 mil toneladas por navio. Para os navios porta-contêineres, o calado subiu de 12,8 metros para 13,3 metros, o que representou um incremento em torno de 400 TEUs por navio, segundo a direção de Operações.
Além disso, a concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, vencida pelo Consórcio Canal da Galheta Dragagem — formado pelas empresas FTS Participações Societárias S.A., Deme Concessions NV e Deme Dredging NV — deverá aprofundar ainda mais a via. A concessionária terá cinco anos para executar as obras visando um calado operacional de 15,5 metros e será responsável por manter esse parâmetro ao longo do contrato, com vigência de 25 anos.
O incremento de mais de dois metros no calado permitirá saltos expressivos na capacidade de embarque, estimando-se um adicional de mil contêineres ou 14 mil toneladas de granéis sólidos vegetais em um único navio, o que ampliará a competitividade logística do complexo portuário.
Investimentos, arrendamentos e modernização
A regularização de áreas arrendáveis do Porto de Paranaguá também contribuiu para o aumento da produtividade. Foram realizados nove leilões na Bolsa de Valores do Brasil, com contratos que obrigam as arrendatárias a aplicar recursos tanto nas áreas outorgadas quanto nas áreas comuns. Essa estruturação traz mais investimentos e maior segurança operacional, e viabiliza modernizações significativas.
Entre os projetos previstos está a construção de um píer em “T”, com quatro novos berços de atracação equipados por um sistema de esteiras transportadoras de alta velocidade, projetadas para o novo complexo. Hoje, em um único berço, é possível embarcar cerca de três mil toneladas de soja ou outros grãos e farelos por hora. Com o novo sistema, esse volume poderá chegar a oito mil toneladas por hora em cada berço, elevando muito a eficiência de carregamento.
Moegão, capacidade ferroviária e projeções
A obra do Moegão, apontada como a maior obra pública portuária do Brasil, alcançou 80% de execução em dezembro. Quando concluída, a estrutura poderá receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano, atendendo aos terminais do Corredor de Exportação Leste, o Corex. O Governo do Estado do Paraná, por meio da Portos do Paraná, investe mais de R$ 650 milhões na construção, com recursos próprios e financiamento do BNDES.
Hoje, em média, 550 vagões são descarregados diariamente nos terminais de exportação. Com o Moegão, o processo será concentrado em um único ponto de descarga, com previsão de descarregar 180 vagões a cada cinco horas, o que equivale a aproximadamente 900 vagões por dia. Os granéis vegetais seguirão por correias transportadoras até 11 terminais interligados ao sistema e, de lá, para os navios.
Com a combinação de aumento do calado, leilões, investimentos privados e obras como o Moegão, a expectativa é consolidar o papel de Paranaguá como um dos principais hubs logísticos do Brasil e garantir fluxo internacional mais eficiente para empresas e indústrias do estado.
Com todos esses elementos, a Portos do Paraná não apenas bate recordes em 2025, como também antecipa um novo patamar de movimentação e eficiência, criando condições para crescimento contínuo das exportações brasileiras.
Fonte: Governo do Estado do Paraná








